domingo, 11 de setembro de 2011

XXIV DOMINGO DO TEMPO COMUM




Pe. Francisco IVO, CM 
XXIV DOMINGO DO TEMPO COMUM

DIA 11 DE SETEMBRO - DOMINGO

 Mateus 18,21-35
O capítulo 18 de Mateus, ao qual pertence o texto de hoje, procura mostrar aos seguidores de Jesus como viver a justiça do Reino dentro da comunidade, sobretudo em situações difíceis como, por exemplo, na questão do perdão. A pergunta de Pedro a Jesus demonstra que se trata de questão delicada: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes”. A parábola que segue é a resposta de Jesus. Ele mostra aos seus seguidores que, para entrar no Reino do Céu, é preciso superar a justiça dos doutores da lei e dos fariseus. De fato, a lei dos rabinos tinha chegado a um consenso sobre o número de vezes em que devemos perdoar quem nos ofendeu: era suficiente perdoar quatro vezes o mesmo erro. Pedro, ao fazer a pergunta, demonstra boa vontade em superar as barreiras da justiça humana codificada em quantidades numéricas. Ele imagina que sete vezes seja o limite máximo. Jesus vai mostrar que não se trata de números quantitativos. O perdão é questão de qualidade. Se não for total e contínuo não é perdão. Com isso amplia-se o que foi dito na oração do Pai Nosso: “Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”. Nós damos a Deus o método para nos medir. A resposta de Jesus a Pedro mostra que somente o perdão pode salvar uma comunidade da ruína: “Não lhe digo que até sete vezes, mas setenta vezes sete”, ou seja, sempre.
Na há limite para o perdão. A parábola do Evangelho de hoje contém três cenas sucessivas bem ligadas entre si. É uma comparação que ajuda a entender o que é a justiça do Reino. Na primeira cena encontramo-nos diante de um rei, que faz a gente se lembrar de Deus, que resolveu acertar as contas com seus empregados. Isso nos recorda que todos nós teremos de acertar as contas com Deus. A parábola vai logo ao que é mais importante, apresentando em primeiro lugar um empregado que devia dez mil talentos. Estranhamente, o texto não diz, em seguida, quanto o outro devia. É sinal de que cada pessoa deverá perguntar-se: A quanto chega a minha dívida com Deus? No seu conjunto, a parábola dá a entender que esse empregado que devia dez mil talentos somos todos e cada um de nós.
A parábola mexe com quantidades. Um talento de ouro pesava mais de 30 quilos. Ora, o empregado que somos nós tem uma dívida de dez mil talentos. É fácil fazer as contas. Maior é o susto quando chegamos aos resultados concretos: dez mil talentos é uma soma que ninguém conseguirá pagar. Mesmo vendido como escravo, junto com a mulher, os filhos e tudo o que possuía ainda não conseguiria saldar sua dívida. A segunda cena põe frente a frente aquele que foi perdoado e um de seus companheiros. Nesse caso, a dívida e insignificante se comparada com os dez mil talentos. A reação do empregado não é marcada pelas entranhas de misericórdia. Muitas vezes agimos exatamente ao contrário do que Deus faz conosco. O primeiro e único perdão é o que Deus nos concede gratuitamente. O resto é simplesmente misericórdia e gratuidade nas relações entre pessoas perdoadas. Não havendo misericórdia, também na haverá perdão por parte de Deus. Nossa dívida para com Deus, impagável, é inesperadamente perdoada, superando nossas expectativas e pretensões.
Que a palavra de Deus inflame nos corações para a prática do perdão.  Caso procedamos de outra forma Jesus nos diz que estamos autorizando a Deus para que nos trate da mesma forma com que tratamos nosso semelhante.

Uma ótima semana a todos!


Pe. Francisco Ivo

Paróquia São Pedro e São Paulo

sábado, 27 de agosto de 2011

22º Domingo Comum (28.08.11)

Homilia do 22º Domingo Comum (28.08.11)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira, Redentorista
“Seduziste-me, Senhor!”
Ansioso vos busco.
O profeta Jeremias é uma das expressões do Servo Sofredor que luta para libertar o povo do grande pecado que é firmar-se somente nas estruturas visíveis. Jeremias sofre por isso, pois está cansado em bater de frente com as autoridades e o próprio povo. Deus manda que tenha coragem, pois fez dele um muro de bronze… pois, lutarão contra ti (Jr 1,18). O templo, que era lugar do encontro com Deus e estímulo a uma vida de fidelidade, tornou-se um objeto somente de exterioridade, como um amuleto supersticioso. Jeremias ataca esse culto idolátrico (i.é usar Deus) das autoridades e do povo. O profeta conhece a vontade divina e a ela se entrega como quem se deixa possuir. A Palavra de Deus era um fogo que estava dentro dele com uma força que ele não conseguia reprimir. Este zelo por Deus e pela fé o faz continuar fiel na perseguição, nos sofrimentos e nas fragilidades. Não arreda o pé. A experiência de Jeremias é explicitada pelo salmo. Assim acontece quando há uma opção clara por Deus que se torna a fonte da vida e a meta de tudo o que se faz: “Deus, desde a aurora, ansioso vos busco. Minha alma tem sede de vós, minha carne também vos deseja, como terra sedenta e sem água” (Sl 82). É o momento de analisarmos nossa opção de fé. Temos dois tipos de religião cristã: O que faz coisas espirituais boas, e o que vive em Deus. Sem essa busca enlouquecida de Deus, jamais, poderemos fazer da Palavra fonte de vida; dos sacramentos um encontro com Deus; da oração um diálogo com Deus, e do amor a razão da vida. Não existe uma fé sem Deus. Então nós fazemos como os contemporâneos de Jeremias tendo uma religião baseada numa tradição ou em ideologias. Defendemos princípios, mas não temos dentro de nós um fogo que nos consome que é o próprio Deus.

Tome sua cruz
Deixar-se seduzir por Deus tem como resposta a cruz de Cristo. Chamamos a cruz de sinal do cristão. Jesus começa a catequese mais aprofundada dos discípulos dizendo que sua morte é parte de sua missão. Pedro quer tirá-lo do caminho e recebe a reprimenda como dirigida a uma atitude de quem atrapalha o caminho de Jesus. Jesus tem em mente sua missão de Servo sofredor e Pedro a visão do Messias glorioso. O fundamental para esse encontro com Deus em Cristo que leva a cruz é a abnegação. Não é perder-se, mas buscar o tudo. Ganhando a alma, ganhamos tudo. Perdendo a alma, perdemos tudo. Toda a fortuna do mundo não vale a conquista do próprio coração, da própria vida. Ganhar a alma é ter a conduta de quem descobriu o verdadeiro valor da vida, o Reino. Não ficamos sozinhos, pois rezamos: “Minha alma se agarra em vós; com poder vossa mão me sustenta” (Sl 62).

Culto Espiritual
Pela vida em Cristo e no Espírito podemos ser um sacrifício espiritual. O sacrifício espiritual acontece em nosso corpo, por isso Paulo diz: “Exorto a vos oferecerdes como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus: este é o vosso culto espiritual”(Rm 12,1). O culto cristão é em primeiro lugar e fundamentalmente no interior. Sem esse o culto público perde seu conteúdo. As atitudes fundadas no Espírito de Jesus são as oferendas. Por isso Paulo insiste: “Não vos conformeis com o mundo… mas transformai-vos renovando vossa maneira de pensar… distinguindo qual é a vontade de Deus” (2). O que vemos é as pessoas conformarem a fé à mentalidade do mundo. Se tivermos a sedução de Deus, vencemos.

Leituras:
Jeremias 20,7-9;Salmo 62; Romanos 12,1-2; Mateus 1,21-27

Homilia do 22º Domingo Comum (28.08.11)
1. Jeremias é uma das expressões do Servo Sofredor que luta para libertar o povo do mal. Reconhece a vontade divina e a ela se entrega. A Palavra de Deus é um fogo que está dentro de seus ossos. A fé o faz fiel a Deus e não recua. Tem a opção clara por Deus. É preciso a busca por Deus. Não há fé sem Deus. Não pode ser baseada em tradições e ideologias.
2. Deixar-se seduzir é assumir a Cruz como fruto da abnegação que dá a Deus o valor fundamental. Perder a alma é perder tudo. Ganhar significa ter a conduta de quem descobriu o verdadeiro valor da vida, o Reino.
3. Pela vida em Cristo e no Espírito podemos ser um sacrifício espiritual que acontece em nosso corpo. O culto cristão se faz primeiro no interior. As atitudes fundadas no Espírito são as oferendas. A meta é não se conformar com o mundo, mas transformar-se renovando o modo de pensar. Se tivermos a sedução de Deus, vencemos.

Saco vazio não para em pé.
Jesus, na palavra de hoje, ensina o sentido da vida: Deixar tudo para ter tudo. Os bens materiais são um nada. Vemos tantos grandões, endinheirados e poderosos deitados no caixão. Não levam nada! Nadinha de tudo. Nem reclamam.
Os que escolhem Jesus perdem muitas coisas, mas ganham o Tudo. É preciso manter esta escolha que deve ser total. Só assim será consistente.
O profeta Jeremias era um fraco, dizem que era medroso. Para mim, ele era um sofredor forte que tirava sua resistência na escolha que fez de ser de Deus. Isso não o deixava fracassar, mesmo quando bonita demais: Disse comigo: “Não quero mais me lembrar disso, nem falar mais em nome Dele”. Senti, então, dentro de mim um fogo ardente a penetrar-me o corpo todo”.
Sem esse Deus dentro de nós, não paramos em pé. Saco vazio não para em pé. Cheio das maldades do mundo. Não dobra.

Pe. Luiz Carlos de Oliveira, Redentorista



Uma ótima semana a todos!







Postagem:
Pe. Francisco Ivo

Paróquia São Pedro e São Paulo

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Homilia da Assunção de Maria (21.08.11)

Homilia da Assunção de Maria (21.08.11)



Pe. Luiz Carlos de Oliveira, Redentorista
“O Senhor fez em mim maravilhas”
Em união a Cristo
“Na festa da Assunção, a Igreja faz memória específica da total assimilação da Mãe de Deus a seu Filho, a partir da Ressurreição e Glorificação do Filho, na glorificação da pessoa – a alma e corpo – daquela que por primeira, esperança nossa, foi assumida depois de seu Filho na Glória divina” (T.Frederici). Cristo tomou a carne humana do seio de Maria e esteve, assim, unido intimamente a Ela. Com razão é chamada Mãe de Deus, pois Ele é Deus. Maria, por ter unido a si o Filho, esteve intimamente unida a Ele desde o primeiro instante de Sua Encarnação. Toda a vida de Maria está unida a Cristo pela assimilação total da Mãe de Deus a Seu Filho. Esta assimilação se dá também em sua Ressurreição e Glorificação. Por isso é glorificada. O fundamento da Assunção de Maria está nos méritos de Cristo em cuja previsão foi Imaculada e por cuja Glorificação foi levada ao Céu de Corpo e Alma. O sentido da festa da Assunção está ligado à Ressurreição de Cristo. Vencendo a morte, a Assunção de Maria dá-nos a certeza que Cristo venceu a morte não só para si mas para todos os homens. A Ressurreição de Cristo é garantia para a nossa ressurreição. A Assunção dá a certeza desta ressurreição, pois uma de nós, já a conquistou.
Eis a serva do Senhor Maria, ao tomar conhecimento das grandezas que Deus lhe concedeu, reconhece o Criador e sua pequenez diante Dele. Ela não é humilhada pela grandeza de Deus, mas o reconhece como todo poderoso e misericordioso para com todos. A bondade misericordiosa que teve para com ela é em favor de todos. Jesus diz: “Sede misericordiosos, como vosso Pai celeste é misericordioso” (Lc 6,36). Somos chamados a tomar conhecimento das grandezas que a graça de Cristo operou em nós. Somos chamados a dizer: ‘Minha alma glorifica o Senhor porque olhou para nossa humildade e nos colocou a serviço do Reino’. Podemos, com Maria, reverter o quadro do sofrimento do povo passando de uma religião intimista e individualista para uma fé transformante das estruturas do mundo pervertido pelo mal. É este mesmo mal que quebrou a mulher-Eva no Paraíso e é quebrado ao meio pela Mulher -Maria que não mordeu o fruto do pecado mas sim colheu o fruto da árvore da Vida, Jesus. Na Glória, Maria continua a Serva do Senhor em favor de todo o povo, como suplica em Caná: “Eles não em mais vinho!”. Continua atenta à perseguição que fazem aos filhos que, na realidade, é a seu Filho. Ela, perseguida pelo dragão, é símbolo da Igreja perseguida no mundo de hoje por tantos dragões. Mas este verão o seu fim. O mal será enfim vencido.
Participando de sua glória No salmo temos a figura da rainha que é levada ao rei acompanhada das amigas. Estas representam a comunidade que está com ela. O Rei se encantou com sua beleza (Sl 44,12). Participar da glória de Maria é ser irmão de seus filhos. Quem retira Maria da vida da Igreja, retira-se dos irmãos, como podemos contemplar no panorama de tantos que ferem o coração do povo acolhedor brasileiro que não foi feito para a malquerença. Implantada a morte do pecado, nós a vencemos com Cristo, como Maria venceu. A festa da Assunção de Maria é a festa da Igreja que nela se vê vitoriosa, como rezamos: “Aurora e esplendor a Igreja triunfante, ela é consolo e esperança para o povo ainda em caminho” (Prefácio). Em cada celebração rezamos com a gloriosa a Mãe de Deus e nossa Mãe. Ela continua dando Jesus.
Leituras:Apocalipse 1,19,a;12,1.3-6ª.10ab;Salmo 44; Coríntios 15,20-27ª; Lucas 1,39-56:
Homilia da Solenidade da Assunção de Maria (21.08.11) 1. A Mãe de Deus é assimilada ao Filho na Ressurreição e na glorificação. Como uniu a si seu Filho na Encarnação é assumida por Ele na Glorificação. Pelos méritos de Cristo é Imaculada e por sua Glorificação é glorificada. A Assunção de Maria é certeza que Deus dará a ressurreição a todos.
2. Maria reconhece o poder de Deus e sua pequenez diante dele. Somos também enriquecidos de tantas graças. E por elas nos colocamos a serviço do povo de Deus para uma mudança de situação. A Mãe perseguida salva o Filho e os filhos.
3. A comunidade está com ela. Participar da glória de Maria é ser irmão de seus filhos. Não se pode tirar Maria da Fé. O brasileiro não ama malquerença na fé. Vencemos com Cristo, como Maria venceu.
Pisando em cobra Na imagem da Imaculada Conceição e Nossa Senhora das Graças, Maria está pisando uma cobra. É uma lição. Para mim, cobra, nem pintada. Mas esta nós temos que enfrentar. A cobra simboliza a tentação que pode destruir a vida de Deus em nós. Eva foi tentada no Paraíso e caiu. Maria (a mulher do Apocalipse) é perseguida pelo Dragão e vence e salvando seu Filho e nós que também somos seus filhos.
Celebrar a Assunção de Maria ao Céu é reconhecer o que ela própria reconhece: a grandeza de Deus que salva. Essa salvação é receber de Deus o imenso dom de sua misericórdia.
A grande misericórdia de Deus para com Maria, livrando-a de todo o pecado, em vista dos méritos de Cristo em sua Paixão, é levar sua ressurreição à sua plena realização: levá-la ao Céu de corpo e alma já na sua morte.
A Assunção de Maria não é privilégio só dela. Jesus indo para o Céu na Ascensão levou consigo nossa natureza humana. É natureza marcada pela Divindade. O corpo de Maria, que faz parte de nossa humanidade pecadora, levou consigo para o Céu a natureza humana recuperada pela graça da Redenção que ela recebeu de modo admirável ao ser concebida.
Pe. Luiz Carlos de Oliveira, Redentorista

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Só Cristo pode fundar uma Igreja

Imagem de Destaque Só Cristo pode fundar uma Igreja
É ilógico dizer que todas as religiões são equivalentes entre si


Temos de respeitar a crença de cada pessoa; a liberdade religiosa é algo fundamental, mas não é verdade que todas as religiões e Igrejas são igualmente válidas. As muitas religiões ou seitas foram fundadas por simples mortais, e não por Deus, por isso não se pode dizer que todas as religiões são boas, e que basta ser religioso e seguir qualquer uma delas. Se isso fosse verdade, Jesus não precisaria ter vindo a este mundo, fundar a Sua Igreja e morrer numa cruz. Bastava deixar os homens continuar no paganismo ou se salvarem nas outras religiões. Assim não seria necessário todo o esforço de evangelização em todo o mundo, com milhares de mártires, missionários, etc..

É ilógico dizer que todas as religiões são equivalentes entre si, pois elas propõem Credos diferentes, que se excluem mutuamente. Algumas religiões professam o politeísmo (muitos deuses), outras o panteísmo (tudo é Deus), ou o monoteísmo (há um só Deus). Veja, na questão mais essencial da religião, isto é, a concepção de Deus, já há uma enorme diversidade, que se excluem mutuamente; como, então, querer que todas as religiões sejam equivalentes e igualmente boas? É ilógico e irracional. Então há que se descobrir a Verdade. Se a verdade plena está numa doutrina, esta é a verdadeira e as outras são falsas.

Ora a verdade é uma só, logo, objetivamente falan­do, há Credos verídicos e credos errôneos. Cada reli­gião tem a sua doutrina, seu culto e sua moral própria; e é aqui que estão as divergências: uns creem na reencarnação, outros não a acei­tam; alguns aceitam o divórcio, o aborto, o homossexualismo, a guerra santa, a poligamia... e há quem não os admita.

Com quem está Verdade? A verdade não pode estar com todos. Logo, não podem ser boas todas as religiões.

O Concílio Vaticano afirmou:

“Professa o Sacro Sínodo que o próprio Deus manifestou ao gêne­ro humano o caminho pelo qual os homens, servindo a Ele, pudessem salvar-se e tornar-se felizes em Cristo. Cremos que essa única verdadei­ra Religião subsiste na Igreja católica e apostólica, a quem o Senhor Jesus confiou a tarefa de difundi-la aos homens todos, quando disse aos Apóstolos: “Ide pois e ensinai os povos todos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-lhes a guardar tudo quanto vos mandei” (Mt 28, 19-20). Por sua vez, estão os homens todos obriga­dos a procurar a verdade, sobretudo aquela que diz respeito a Deus e a Sua Igreja e, depois de conhecê-la, a abraçá-la e praticá-la”. (Declaração Dignitatis Humanae, n.1).

“Esta é a única Igreja de Cristo, que no Símbolo professamos una, santa, católica e apostólica (12), e que o nosso Salvador, depois da sua Ressurreição, confiou a Pedro para que ele a apascentasse (cf. Jo 21, 17), encarregando-o, assim como aos demais Apóstolos, de a difundirem e de a governarem (cf. Mt 28, 18s), levantando-a para sempre como “coluna e esteio da verdade” (1 Tm 3, 15). Esta Igreja, como sociedade constituída e organizada neste mundo, subsiste na Igreja Católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele, ainda que fora do seu corpo se encontrem realmente vários elementos de santificação e de verdade, elementos que, na sua qualidade de dons próprios da Igreja de Cristo, conduzem para a unidade católica”. (Lumen Gentium, nº 8).

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br


sábado, 23 de julho de 2011

XVII DOMINGO DO TEMPO COMUM

XVII DOMINGO DO TEMPO COMUMDIA 24 DE JULHO(Mateus 13,44-52) 


O texto de hoje é a conclusão do discurso sobre o mistério do Reino.
A primeira parábola é a do tesouro escondido no campo. A parábola não compara o Reino com o tesouro, mas quer mostrar o estado de ânimo de quem encontra esse tesouro, comparando esse estado de ânimo com o que deveria animar os que descobrem o Reino da justiça como valor absoluto de suas vidas. A segunda parábola é a da pérola de grande valor. Há algumas diferenças em relação à anterior: o fato de o comprador estar buscando pérolas e a não menção da alegria com que vende todos os seus bens. Contudo, o significado é o mesmo da parábola anterior: pelo fato de encontrar um valor maior, desfaz-se de tudo para possuí-lo, porque vale a pena. Fique bem claro, porém, que o Reino não é troca de mercadorias. Não pode ser comprado como o campo que esconde o tesouro, ou como a pérola. As parábolas querem salientar que nada faz falta a quem descobriu o sentido e valor da luta pela justiça.
A parábola da rede lançada ao mar prolonga o tema da parábola do joio no meio do trigo e tem sabor de escatologia final. Na sociedade convivem lado a lado peixes bons e peixes ruins. Quem lança a rede é Deus e só a ele compete ordenar a triagem. O juízo constará de separação. A parábola, portanto, mostra às comunidades cristãs qual será sua sorte final se perseverarem no discernimento e na opção definitiva pelo Reino de justiça.
O mistério do Reino já foi e continua sendo manifestado naquilo que Jesus diz e realiza. O que ele diz e realiza se prolonga na práxis da comunidade cristã em meio a uma sociedade conflituosa. A função da comunidade não é fazer a triagem ou fugir da realidade, mas dar continuidade à prática de Jesus. Os discípulos afirmam ter compreendido tudo isso. Por isso diz Jesus: todo doutor da Lei que se torna discípulo no Reino do Céu é como um pai de família que tira do seu baú coisas novas e velhas. O versículo faz uma comparação entre o doutor da Lei e o pai de família. É possível ver nesse doutor da Lei uma referência ao próprio autor do evangelho que relê o Antigo Testamento à luz da novidade de Jesus. Tudo faz parte do patrimônio da fé; porém, seu valor está em se ter feito discípulo do Reino.
Pode, ainda, ser uma referência à catequese. O evangelho de Mateus era uma espécie de manual do catequista cristão. Ora, também a catequese primitiva sentiu a necessidade de adaptar o núcleo central da fé às novas situações e desafios de uma sociedade conflituosa. Por isso o catequista estava e está sempre em busca de algo que, partindo da prática de Jesus, possa inspirar e levar à solução dos novos conflitos que se apresentam.
Concluímos que o Reino é o resultado de duas profundas aspirações: de Deus e das pessoas. O desejo de Deus, tantas vezes expresso na Bíblia, é que a humanidade viva em harmonia e paz. O desejo das pessoas é ter vida em abundância, numa sociedade onde as relações humanas tragam a marca da justiça, fraternidade e bem comum. O que Deus quer é aquilo a que o ser humano aspira.
Que o bom Deus nos ajude a compreendermos melhor sua vontade e abraçarmos sem medo de sermos felizes seu projeto de vida e vida em abundância. Abençoe Deus de bondade em nome do Pai, do Filho e do Espírito. 
Amém.
Uma ótima semana a todos!









Pe. Francisco Ivo

Paróquia São Pedro e São Paulo

segunda-feira, 11 de julho de 2011

XV DOMINGO DO TEMPO COMUM



XV DOMINGO DO TEMPO COMUM
Mt 13,1-23 ou 1-9
Em tempos de profundas crises sociais surgem muitos messias com seus pacotes e planos para uma sociedade nova. A maioria deles acaba se tornando patrocinador de uma tirania maior. E os que sofrem são cada vez mais envolvidos nas malhas da miséria e da dor, restando-lhes torcer para que dê certo.
A proposta da liturgia deste domingo é revolucionária. Só há um messias, e ele é pobre, manso e pacífico. Ele desbanca os planos das elites, que o rejeitam. Os pobres, contudo, encontram nele segurança, descanso e vida. O messianismo de Jesus continua hoje na proposta dos que o conhecem e o seguem fielmente, animados e possuídos pelo Espírito daquele que o ressuscitou dos mortos. Eles não vêem o mundo e a história como se fossem dominados pelo fatalismo; pelo contrário, vivendo a vida no Espírito, optam por um mundo novo e transformado, onde a vida se manifesta com todo o vigor.
Para o evangelista Mateus Jesus é aquele que veio realizar a justiça de Deus. É, portanto, o mestre da justiça que se concretiza na solidariedade com a humanidade sofredora, levando-a a possuir a vida de Deus. É o Emanuel, aquele que permanece conosco até o fim dos tempos.
O trecho que lemos na liturgia deste domingo faz parte do tema da oposição que Jesus sofre por parte das lideranças político-religiosas de seu tempo. Podemos dividi-lo em três pequenas estrofes: Na primeira temos o louvor de Jesus ao Pai por seu fracasso diante dos sábios e inteligentes; na segunda encontramos um monólogo de Jesus, que salienta seu estreito relacionamento com o Pai; na terceira Jesus se dirige aos que estão cansados de carregar o peso do próprio fardo.
As elites do tempo de Jesus chamavam o povo de malditos porque não conhecia, nem entendia e muito menos praticava a lei. Na opinião deles, Deus estaria infinitamente distante do povo empobrecido e inculto. A prática de Jesus demonstra exatamente o contrário: Deus, na pessoa do Filho, se encarnou na vida dessa gente.
Com isso não se quer afirmar que Jesus seja menos exigente do que os rabinos do seu tempo. Ele não veio anular a Lei, mas completá-la. A diferença está na forma como Jesus age: em primeiro lugar abre as portas da misericórdia, revela a justiça de Deus aos pobres e pequeninos, para depois convidá-los a viver na justiça e na misericórdia que procedem dele e do Pai.
Que o bom Deus nos ajude a compreender nossa missão de cristãos batizados a ponto de praticarmos tudo o que Jesus nos ensinou. Para que se concretizem em nossas vidas as palavras do Mestre e Senhor Jesus, devemos nos revestir da humildade e mansidão no contato com nossos semelhantes, mesmo os mais difíceis.

Abençoe-nos o Deus Todo Poderoso:

O Pai, O Filho e O Espírito Santo.

Amém.

Uma ótima semana a todos!




Pe. Francisco Ivo
Paróquia São Pedro e São Paulo



domingo, 3 de julho de 2011

Solenidade de São Pedro e São Paulo


Domingo, 3 de Julho de 2011
Solenidade de São Pedro e São Paulo
Mateus 16, 13-19

Pedro e Paulo são considerados “colunas da Igreja”: Pedro recorda mais a instituição; Paulo, o carisma e a pastoral. Exerceram atividades diferentes, em campos diferentes, Desentenderam-se também. Apesar de divergirem nos pontos de vista e na visão de mundo, o amor de Cristo e a força do testemunho os uniram na vida e no martírio. Em ambos, quer na vida, quer no martírio, prolongam-se a vida, paixão, morte e ressurreição de Cristo. Conheceram e experimentaram Cristo de formas diferentes. Mas é único e idêntico o testemunho que deram de Jesus. Por isso são figuras típicas do cristão, com suas fraquezas e forças. Fortes no anúncio foram corajosos até  o fim no testemunho de Jesus.

Pedro e Paulo são figuras típicas para mostrar a fraqueza e a força dos cristãos. Pedro achava que o Messias não devia sofrer e morrer. Na hora difícil, nega-o. Paulo persegue os cristãos sem saber que, perseguidos, eles revivem a paixão do Mestre. As contínuas prisões de Pedro fazem-no prolongar a paixão de Jesus. Não só aceita um Messias que dá a vida, mas morre por ele e com ele. Convertido, Paulo se torna o maior propagador do Evangelho de Cristo, sofrendo como ele sofreu, encarando a morte como Jesus a encarou.
No evangelho, Jesus havia dito aos discípulos que a comunidade cristã deveria testemunhar o projeto de Deus em meio aos conflitos. E deixa claro que aceitá-lo como Messias significaria enfrentar os conflitos, superando-os. Isso porque é Jesus quem constrói a comunidade dos que crêem e lhe confere o seu próprio poder. No livro dos Atos encontramos a comunidade cristã que dá testemunho em meio aos conflitos; ela faz ver quem está a favor e quem está contra Jesus, e experimenta a solidariedade de Deus, que a liberta de situações difíceis.
Nós, que nos declaramos cristãos, como vivemos o testemunho de Jesus em meio aos conflitos da nossa sociedade? Acreditamos ser responsáveis pela continuação do projeto de Deus?

Amém.
Uma ótima semana a todos!









Pe. Francisco Ivo

Paróquia São Pedro e São Paulo
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HISTÓRICO DO TERÇO

Noticias de Roma

Domingo, 02 de maio de 2010, 11h47

Papa venera Santo Sudário em Turim, norte da Itália

Da Redação

''Cristo enfrentou a cruz para colocar um limite ao mal'', diz Papa em Turim
Bento XVI realizou, neste domingo, sua visita pastoral à cidade de Turim, norte da Itália, para venerar o Santo Sudário, mortalha que teria envolvido o corpo de Cristo ao ser colocado no túmulo. O pontífice partiu esta manhã às 8h15 do aeroporto romano de Ciampino e chegou às 9h15 locais ao aeroporto de Turim, onde foi acolhido pelo Cardeal Severino Poletto, Arcebispo de Turim, e outras autoridades eclesiais, além dos representantes do governo e pelo prefeito dessa cidade. A seguir, o Papa se dirigiu para a Praça São Carlos onde foi acolhido por mais de 50 mil fiéis. Bento XVI agradeceu a população de Turim pelo caloroso acolhimento e iniciou a celebração da Eucaristia. Em sua homilia, Bento XVI ressaltou que no passado a Igreja em Turim "conheceu uma rica tradição de santidade e generoso serviço aos irmãos graças à obra de zelosos sacerdotes, religiosos, religiosas de vida ativa e contemplativa e de fiéis leigos". Sendo assim, as palavras de Jesus no Evangelho de hoje, 'Como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros', "adquirem uma ressonância particular para esta Igreja, uma Igreja generosa e ativa, a começar por seus padres" – frisou o papa. O Santo Padre sublinhou que "amar os outros como Jesus nos amou é possível somente com aquela força que nos é comunicada na relação com Ele, especialmente na Eucaristia, em que o seu Sacrifício de amor que gera amor se torna presente de modo real". O Papa disse aos sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas de Turim, para que "centralizem sua existência no essencial do Evangelho; cultivem uma real dimensão de comunhão e fraternidade dentro do presbitério, de suas comunidades, nas relações com o Povo de Deus; testemunhem no ministério o poder do amor que vem do Alto". O Pontífice sublinhou que "a vida cristã, caros irmãos e irmãs, não é fácil; sei que também em Turim não faltam dificuldades, problemas, preocupações: penso, em particular, naqueles que vivem concretamente a sua existência em condições de precariedade, por causa da falta de trabalho, da incerteza pelo futuro, pelo sofrimento físico e moral; penso nas famílias, nos jovens, nas pessoas idosas que muitas vezes vivem a solidão, nos marginalizados, nos imigrantes". Bento XVI exortou as famílias "a viverem a dimensão cristã do amor nas simples ações cotidianas, nas relações familiares superando divisões e incompreensões, ao cultivar a fé que torna a comunhão ainda mais sólida". "Aquele que foi crucificado, que partilhou o nosso sofrimento, como nos recorda também, de modo eloqüente, o Santo Sudário, é aquele que ressuscitou e nos quer reunir todos em seu amor. Cristo enfrentou a cruz para colocar um limite ao mal" – disse ainda o Pontífice. O Papa exortou a Igreja em Turim a permanecer firme naquela fé que dá sentido à vida e que jamais perca a luz da esperança no Cristo Ressuscitado, "que é capaz de transformar a realidade e tornar novas todas as coisas" – concluiu o Santo Padre. Siga o Canção Nova Notícias no twitter.com/cnnoticias Conteúdo acessível também pelo iPhone - iphone.cancaonova.com

CONFRATERNIZAÇÃO 2007

http://www.youtube.com/watch?v=UrJ7YOPI3s4 http://www.youtube.com/watch?v=09fkNCasW2Y

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