DIA 8 DE JANEIRO - DOMINGO
EPIFANIA DO SENHOR
Mateus 2,1-12
A festa da Epifania é a grande convocação que Deus faz, a fim de que todas as nações e raças encontrem forças para tornar humano e fraterno o nosso mundo. Essa é, no fundo, a expectativa de Deus que transparece em toda a Bíblia. Mas é em Jesus que ela toma corpo e forma, aparecendo como proposta oferecida a todos. Contudo, a ganância e o desejo de poder, presentes no Herodes do tempo de Jesus e nos Herodes de todos os tempos, tentam sufocar essa esperança. Porém, os homens de boa vontade têm uma estrela, não cessam de sonhar um caminho alternativo, que não passa pelos poderosos, mas nasce do menino pastor. Essa caminhada é cheia de dificuldades, mas é Deus quem a ilumina, gerando forças e vida nova.
O capítulo dois de Mateus quer mostrar a missão de Jesus, o mestre da justiça. Essa missão se concentra na salvação dos pagãos, aqui representados pelos magos. Mas uma análise detalhada do trecho de hoje nos mostra um verdadeiro drama, que é o próprio drama das pessoas e da história, no esforço contínuo de se posicionar a favor ou contra Jesus, aceitando ou rejeitando a salvação que ele oferece. O texto de hoje possui duas partes. A primeira parte mostra que o verdadeiro rei dos Judeus não é o violento, prepotente e politiqueiro Herodes, estrangeiro idumeu, lacaio do poder romano opressor. A sede desse poder está em Jerusalém, onde o poder religioso contemporiza com Herodes, servindo-lhe de suporte ideológico. Herodes e a cidade inteira se agitam com o anúncio de novo rei. O verdadeiro rei dos judeus é um recém-nascido, que tem suas raízes no poder popular alternativo que se forma a partir do descontentamento e das necessidades básicas do povo, ou seja, é rei à semelhança do pastor Davi. De fato, Mateus salienta com força que a salvação não vem de Jerusalém, onde está o tirano Herodes, mas de Belém, cidade do pastor Davi. A segunda parte do texto de hoje mostra a coerência dos pagãos em relação à nova forma de entender a sociedade e o mundo. Guiados pela estrela, chegam a Belém e encontram o menino. Nesse menino da periferia reconhecem o Rei que faz justiça, e se prostram diante dele. De fato, os magos vêem o menino e a mãe, prostram-se e oferecem tributos. A expressão o menino e a mãe faz pensar nos reis de Judá, quase sempre apresentados com sua mãe no dia da entronização. Os magos reconhecem, pois, a nova maneira de exercer a realeza e o poder. Aderem ao projeto de Deus que salva as pessoas a partir do pequeno e do pobre, e não a partir dos poderosos e violentos como Herodes.
O gesto de reconhecimento é acompanhado da oferta do que há de melhor em seus países: ouro, incenso e mirra. Para os Padres da Igreja, essas riquezas simbolizam a realeza (ouro), a divindade (incenso) e a paixão de Jesus (mirra). Fato é que os magos, símbolo dos que aceitam o poder de Deus manifestado no menino Jesus, em primeiro lugar doam-se a serviço do Salvador e, em seguida, põem à disposição de Jesus o melhor do que possuem seus próprios dons.
A festa da Epifania é a revelação da bondade do Deus que deseja salvar a todos. Contudo, Ele é salvação se a comunidade se posicionar positivamente, em sintonia com a salvação que é oferecida a todos.
Que este Bom Deus continue se manifestando a nós nas coisas mais simples da vida.
UM 2012 REPLETODE PAZ E SUCESSO A TODOS!
Uma ótima semana a todos!
Pe. Francisco Ivo
Paróquia São Pedro e São Paulo
Paróquia São Pedro e São Paulo